Todo 18 de novembro, milhares de pessoas ao redor do mundo dão início a uma corrente pra lá de especial: a leitura de um capítulo por dia da Autobiografia de um Iogue, considerado um dos 100 melhores livros espirituais do século XX!

Os objetivos são muitos: estabelecer uma rede de amor em torno do grande mestre Yogananda; terminar um ano e começar outro com boas energias e – especialmente – finalizar o livro no dia 5 de janeiro, data em que se celebra o aniversário de nascimento do mestre indiano!

Tudo muito auspicioso!

Para quem não sabe o que é a Autobiografia de um Iogue, a conheça, e se encante, lendo o texto abaixo.

“Este livro toca o coração de todas as religiões”, disse o beatle George Harrison, certa vez. Ele costumava distribuir volumes de Autobiografia de um Iogue a pessoas que frequentavam a sua casa. Escrito pelo mestre indiano Paramahansa Yogananda, o título narra a sua trajetória espiritual, a infância e também a de todos os mestres de sua linhagem e outros grandes representantes divinos.  É considerado um verdadeiro portal para conhecer a Índia e a sabedoria da Ciência da Yoga.

Em sua Autobiografia, Yogananda detalha a missão de divulgar a milenar ciência da Kriya Yoga, contida nas escrituras védicas e resgatada por Mahavatar Babaji há três séculos. Coube a ele trazer para o Ocidente, em uma linguagem acessível a todos, tal conhecimento – como já havia sido previsto pela linhagem de gurus que o antecederam nesta causa e por isso ele é chamado de “Pai da Yoga no Ocidente”.

O que fez de Yogananda uma grande referência mundial foi a sua capacidade de estabelecer uma ponte entre as escrituras sagradas hindus (sobretudo o Bhagavad Gita, trecho do épico Mahabharata) com os evangelhos cristãos, missão essa que pertenceu a toda sua linhagem.

george harrison e yogananda

O Caminho – de Mukunda a Yogananda

Importante funcionário da maior companhia ferroviária da Índia, Bhagabati Charan Gosh, o pai de Yogananda, formava com Gyana Prabha um casal severo, porém doce. Devotos de Lahiri Mahasaya – principal discípulo a quem Babaji transmitiu a Kriya – levaram o bebê Mukunda para o mestre abençoar. Com a criança nos braços, Lahiri lhes disse que aquela seria como uma locomotiva espiritual na propagação da Kriya Yoga e na promoção da fraternidade pelo mundo.

Ainda criança, Mukunda sempre foi diferente dos amigos, irmãos e primos de mesma faixa etária. A curiosidade e um certo atrevimento infantil davam-lhe as qualidades de uma criança saudável. Mas ele era mais: portador de uma enorme força interior, nada o temia ou desencorajava. Certa vez, testando a sua fé, o irmão mais velho – Ananta – o desafiou a viajar a cidade de Brindabhan, sem uma rúpia sequer, simplesmente confiando à “mão invisível” a segurança e a garantia de alimento. Mukunda e o amigo Jitendra assim o fizeram e todas as portas necessárias se abriram. 

Se a curiosidade inata lhe inspirava grandes descobertas, o cenário também favorecia o florescer de uma personalidade especial. A Índia, um dos berços das religiões, abrigava figuras de notória fé a somarem-se pelas praças atraindo os olhinhos amendoados e brilhantes do menino que procurava por um guru.

Mas a vida é sábia ao acertar o coração justamente quando menos se espera – assim, a surpresa ganha um adicional afetivo. Enquanto Mukunda caminhava, descompromissadamente, no mercado público de Benares, deparou-se com o austero Sri Yukteswar. A visão o lembrou de sonhos premonitórios. Teve a certeza de que estava diante do seu mestre. Prostrado a seus pés, o jovem de apenas 17 anos acompanharia aquele homem até o seu eremitério, de onde sairia com uma nova identidade: Paramahansa (supremo cisne, aquele que se ambienta à terra (matéria) ou à água (espírito) da mesma forma) Yogananda (bem-aventurado por meio da união divina).

Severidade e disciplina marcaram os dez anos de vivência no ashram de Yukteswar. Cruciais para a formação do líder que, preparado pelo mestre, atravessaria o oceano com a finalidade de aportar nos Estados Unidos e contar aquele povo a sabedoria do Oriente de uma forma clara.

No Congresso Internacional de Liberais Religiosos, em Boston, ele teve a sua primeira experiência de discurso e, a partir dali, a adesão dos norte-americanos foi tão grande, que ele ocupou os púlpitos de centenas de cidades em todos os EUA para introduzir no país a profunda sabedoria da ciência milenar da meditação iogue.

Sempre estabelecendo uma relação entre os evangelhos cristãos e o conhecimento védico, Yogananda propunha a busca interior, o silêncio, a meditação para o engrandecimento da alma, ensinando técnicas definidas para esse estado mais elevado de comunhão. Literalmente, era uma outra língua a que ele ensinava: a linguagem do coração. Os Estados Unidos estavam no auge da fantasia. Era a década do cinema e a ostentação ao luxo e à fama, a tônica do período. Mas como todo exagero clama por uma força oposta, apesar das dificuldades, Yogananda também encontrou ali um terreno apropriado para semear valores universais.

Em uma viagem à Índia, por conta do chamado de seu mestre, ele esteve de passagem pela Europa. Na ocasião, surgiu a oportunidade de conhecer a jovem católica Teresa Neuman. Esta moça, toda semana, sofria as dores pelas quais Jesus havia passado na cruz. Chagas eram abertas em seu corpo, exatamente nos pontos em que o Cristo fora atingido. Yogananda presenciou um desses transes, belamente descrito no livro, e declarou profunda comoção e respeito àquela mulher a quem chamava de “santa”. Fazia parte de sua moral reverenciar todos os grandes mestres da humanidade, independentemente da religião que pregavam.

Sentindo necessidade de compilar seus ensinamentos e de assegurar a pureza de tal conteúdo, Yogananda fundou a Self-Realization Fellowship – instituição que divulga textos, na forma de livros, e também lições que propagam as técnicas de meditação, via correspondência, aqueles que desejam.

Antes de seu mahasamadhi (saída consciente do corpo), em março de 1952, muitas foram as pessoas que tiveram a alma tocada pela sabedoria desta grande figura. O encantamento continua, sobretudo por meio do livro Autobiografia de um Iogue, que foi escrito com muita sensibilidade e farta dose de bom humor. A Autobiografia de um Iogue completou 70 anos em dezembro de 2016 e não por acaso é considerada uma das 100 obras espirituais mais notáveis do século XX.

Atenção: A Omnisciência é a única empresa no Brasil, autorizada pela Self-Realization Fellowship, a distribuir os livros de Paramahansa Yogananda em português. Abraçamos esta causa há mais de uma década e, com muita alegria, auxiliamos na divulgação da obra desta grande figura da humanidade, assegurando a fidelidade de seu conteúdo.

Você encontra a Autobiografia de um Iogue no site da Omnisciência: https://www.omnisciencia.com.br/buscar?q=autobiografia+de+um+iogue