“Assim como nos preocupamos com o valor nutritivo de nossas refeições diárias, deveríamos igualmente considerar o potencial nutritivo do cardápio psicológico que diariamente servimos à mente”, ensina Paramahansa Yogananda, grande mestre da ciência da Yoga.
Os adolescentes dirão sobre Pokémon GO: “mas é só um jogo”.
Sim, mais um jogo que impedirá que possam observar o céu, os passarinhos que mesmo nas grandes cidades são abundantes, as árvores que variam de cor e frutos a cada estação, e as pessoas ao seu redor.
Mais um jogo para “distraí-los”, não permitindo que, nas pequenas caminhadas, possam se conectar um pouco mais consigo mesmos, refletir sobre o rumo de suas vidas e da sociedade, respirar e ter acesso à sua grandeza interior. Uma grandeza que vai permanecer adormecida pelas redes, jogos, compras e indústria cultural de entretenimento de músicas, vídeos e filmes enlatados.
Sim, mais um jogo que, ao invés de levá-los a simplificar suas necessidades, para serem felizes com o que é essencial da vida, os levará a um maior grau de ansiedade, frustração e agitação mental.
É alarmante o número de jovens que hoje sofre de síndrome do pânico, depressão e até cometem suicídio: muitas vezes por pequenas frustrações, viverem uma vida virtual, que os deixam completamente despreparados para a convivência social, por não terem tido a oportunidade de se conhecerem e aprenderem a lidar com suas emoções.
Saber lidar com as emoções é um trabalho contínuo de desenvolvimento do autocontrole, que só pode ser cultivado no dia a dia, observando-se a si mesmo e suas reações. É necessário estar atento ao que se faz, como se faz, porque se faz.
A dispersão leva à alienação e à infelicidade de não gerir seu próprio destino. As coisas, objetos e acontecimentos governam os “distraídos” sem eles perceberem. A concentração e as práticas contemplativas levam à consciência de si mesmo e da existência, e oferecem a oportunidade de controle do próprio destino, pelo poder da sintonia com o que é essencial e divino na vida.
Mas vamos procurar ser otimistas, quem sabe esse jogo, que os faz ir para as ruas, os faça saírem detrás da tela de seus computadores e os faça aprenderem a se relacionar com pessoas ao vivo que, como eles, estão em busca de mais um Pokémon nas ruas da cidade…
Maeve Vida é coordenadora do Programa Omnisciência de Educação para Paz, membro do Conselho da Escola Arte de Ser e da Aliança pela Infância.
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