Em março, o Instituto Alana promoveu um evento para a divulgação, em português, do “Relatório Sobre o Impacto do Marketing na Fruição dos Direitos Culturais” – sobretudo das crianças –, elaborado por Farida Shaheed, relatora especial da Organização das Nações Unidas. Estiveram presentes, para um bate-papo, a presidenta do Instituto – Ana Lúcia Villela –, a advogada Ekaterine Karageorgiadis, coordenadora do projeto Criança e Consumo, a socióloga Neca Setúbal, presidente do Conselho de Administração do CENPEC (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), Danilo Miranda, sociólogo e diretor regional do Sesc-SP, e Pedrinho Fonseca, consultor de comunicação digital e cultural.
Ana Lúcia abriu a mesa com a seguinte reflexão: “Enquanto o consumo for considerado por uns a chave do crescimento e por outros signo de sucesso, continuaremos vivendo em uma sociedade cada vez mais desigual. O mundo não precisa mais de cidadão consumista, precisa apenas de cidadãos”.
Além dos impactos causados pela propaganda voltada ao público infantil; pela inserção – cada vez mais crescente – de ações de marketing em escolas; e pela necessidade de se trabalhar o tema, primeiramente, com os professores, os convidados debateram as dificuldades de se estabelecer uma comunicação com um público diverso, não só com aquele que detém a mesma opinião, mas levar às secretarias de educação, bem como às agências de publicidade, os principais pontos do relatório a fim de promover mudanças concretas.
Confira algumas de suas falas:
Devemos falar não só aos convertidos, mas levar esse debate a outros espaços, inclusive a pessoas contrárias. A nossa sociedade tem no consumo o eixo central de tudo (privilegia o ‘ter’ ao ‘ser’), por isso o grande desafio é usar o nosso conhecimento para trazer consciência a todos.
– Neca Setúbal, presidente do Conselho de Administração do CENPEC
Nós não herdamos o mundo de nossos pais, nós o tomamos emprestados dos nossos filhos. Portanto, na nossa passagem a principal preocupação deve ser com a geração futura. E é nesse sentido que a educação está no centro.
– Danilo Miranda, sociólogo e diretor regional do Sesc-SP
O diálogo pode ser o caminho para transformar o mundo que vivemos, é importante que a gente assuma um papel de coadjuvante como saída para fazer com que a educação e a cultura tenham na nossa comunicação, no nosso diálogo, uma chance de transformação.
– Pedrinho Fonseca, consultor de comunicação digital e cultural
Sobre o projeto Criança e Consumo: http://criancaeconsumo.org.br/
Link para o relatório: http://criancaeconsumo.org.br/wp-content/uploads/2014/02/RELATORIO_FARIDA_ONU.pdf
Instituto Alana: http://alana.org.br/