Faye Wright, nome de batismo de Daya Mata, nasceu em Salt Lake City, Estados Unidos, em 31 de janeiro de 1914. Desde muito pequena, a menina tinha profunda atração por Deus. Aos oito, quando ouviu falar da Índia pela primeira vez, na escola, sentiu um misterioso despertar interior, e com ele a chave para a realização de sua vida. Neste dia, disse – entusiasmada – à mãe: “Quando eu crescer, não vou me casar; vou para a Índia.”
Aos quinze anos de idade, ela ganhou uma cópia do Bhagavad Gita, a “Canção do Senhor”. Essa escritura a tocou profundamente. Ela já havia decidido que, de alguma maneira, dedicaria a sua vida à busca de Deus, mas depois de conhecer diferentes autoridades espirituais, ainda guardava em si um questionamento: “Quem, porém, ama a Deus, quem O conhece?”. A resposta veio em 1931, quando tinha dezessete anos. Ao ver o mestre iogue indiano Paramahansa Yogananda, seu coração foi tocado: “Fiquei absolutamente extasiada. Ele estava falando do potencial espiritual da força de vontade e do amor por Deus. Falava de Deus como eu jamais ouvira alguém falar. Eu estava fascinada. Reconhecendo-o instantaneamente como alguém que conhecia Deus e que podia me mostrar o caminho para Ele, decidi: ‘A ele eu seguirei.’”
À época, a adolescente sofria de uma grave enfermidade sanguínea. A doença, que os médicos não conseguiam curar, acabou obrigando-a a deixar a escola. Focada nas aulas de Yogananda, ela assimilava cada palavra do mestre com profunda alegria. As ataduras que cobriam seu rosto inchado atraíram a atenção do grande guru. Pouco antes do encerramento de uma das explanações, ele disse ao público que dentro de sete dias não restaria nenhum sinal de doença naquela garota. E foi assim.
“Quero muito ir para o seu ashram e dedicar a minha vida à busca de Deus”, disse ao mestre. Ele a mirou de um modo penetrante e respondeu: “Você irá”. A família de Faye – com exceção de sua mãe – era bastante reticente. Um dia, porém, ao se recolher por várias horas na sala de estar da casa onde morava com os pais, para ter uma conversa aberta e sincera com Deus, sentiu uma profunda paz invadindo todo o seu ser. Ela sabia que Ele tinha escutado a sua oração. A resposta veio rapidamente: duas semanas depois, pôde ingressar no ashram de Paramahansa Yogananda, onde adquiriria a identidade de Daya Mata (Mãe de Compaixão).
Os primeiros dias de treinamento foram intensos. O mestre estava firmemente empenhado em transformá-la numa discípula exemplar (anos depois, ele contou a Daya Mata que ele lhe dera a mesma severa disciplina que recebera de seu guru, Swami Sri Yukteswar). Com o passar do tempo, ela foi adquirindo mais responsabilidades, como assumir o encargo administrativo da sede internacional de Mount Washington, por exemplo.
Antes da passagem do seu mestre para outro plano, Yogananda disse à discípula que o momento da partida seria em breve. Atordoada, ela perguntou como a obra poderia ter continuidade sem ele. Obteve como resposta: “Lembre disto: quando eu deixar este mundo, só o amor poderá ocupar o meu lugar. Embriague-se tanto com o amor de Deus que de nada saberá a não ser Dele; e ofereça esse amor a todos.”
Paramahansa Yogananda entrou em mahasamadhi, saída consciente do corpo por um iogue de realização divina, no dia 7 de março de 1952, em Los Angeles. Três anos depois, sucedendo Rajarsi Janakananda, que acabara de falecer, Sri Daya Mata tornou-se a terceira presidente da associação de seu guru, cargo que ocupou com imensa sabedoria e doçura por mais de 55 anos (até 2010, quando deixou esse plano, aos 96 anos de idade). As realizações de sua vida, como disseminar as reverenciadas tradições espirituais da Índia no continente americano, foram lembradas no New York Times, Los Angeles Times, The Times of India, e outros jornais e revistas importantes do mundo.
Fonte: Só o Amor
Frases inspiradoras de Sri Daya Mata:
“Mantenha um lugar intato em sua alma aonde você possa ir diariamente para estar em silêncio com Ele.” (No Silêncio do Coração)
“Deus está tão perto de você quanto seus pensamentos permitem que Ele esteja.” (No Silêncio do Coração)
“O caminho para unir nossa consciência à consciência divina começa com a escolha diária de pensamentos e atos. A vida apresenta muitas opções, frequentemente contraditórias. Nós respondemos ou aos puxões dos sentidos, desejos e hábitos ou à pequena e silenciosa voz da consciência, que nos lembra onde está a verdadeira felicidade – no uso da divina força do discernimento e da vontade para fazer escolhas que afirmem, pela ação, a consciência e as qualidades divinas que existem em nós.” (Intuição: Orientação da Alma para as decisões da vida)
“Dedique-se agora à meditação longa, profunda. Dedique-se agora a vencer o pequeno eu, para que o grande Eu possa manifestar-se mais dentro de você.” (Só o Amor)