Em 1998, enquanto cursava Artes pela USP, Cláudio Spínola conheceu a Permacultura, um conceito que teve origem na Austrália e prega a sustentabilidade em todas as esferas da vida social. De lá pra cá não abandonou mais o tema, que logo virou bandeira, e está por trás do projeto que dirige com a esposa, Ana Paula Silva: a Morada da Floresta.
Com sede em São Paulo, e 15 colaboradores, a empresa atua nas seguintes frentes: venda de composteiras, fraldas e absorventes ecológicos, promoção de cursos de Permacultura e, também, ajuda a pensar – junto de instituições e do poder público – políticas que incentivem práticas sustentáveis.
Compostagem
Em torno de metade daquilo que consumimos diariamente é orgânico e poderia ser melhor aproveitado como adubo, além de deixar de sobrecarregar os aterros. Com base nesse dado expressivo, a Morada da Floresta desenvolveu diferentes sistemas de compostagem que variam de acordo com a técnica e necessidade/perfil do cliente. Um exemplo, são os minhocários – vendidos em massa para ambientes familiares. A compostagem é o carro-chefe das atividades da empresa e já rendeu algumas parcerias interessantes.
Em 2014, a prefeitura de São Paulo os convidou para participarem do projeto Composta São Paulo, que levou a mais de duas mil casas composteiras domésticas. Eles também coordenaram, junto de especialistas de Copenhagen, na Dinamarca, o Escolas Mais Orgânicas: uma plataforma de comunicação entre instituições de ensino municipais para trocas digitais e encontros ao vivo a fim de discutirem as experiências com compostagem e horta em seus espaços. O resultado disso foi a criação de um manual de boas práticas com orientações técnicas para facilitar a gestão dos resíduos orgânicos nas escolas através da compostagem.
Você pode substituir a fralda descartável pela ecológica, por exemplo
Você sabe quantas fraldas, em média, uma criança usa até o desfralde? Em torno de 5500. Considerando que demoram, em média, 450 anos para se decompor, podemos imaginar o tamanho do problema que isso gera ao meio ambiente. O nascimento da primeira filha, Violeta, fez com que o casal Cláudio e Ana fosse buscar alternativas para isso: “No começo, optamos por usar aquelas antigas com calças plásticas e fraldas de pano como uma opção mais sustentável, para gerar menos lixo ao meio ambiente. Foi aí que tive a chance de conhecer algumas fraldas de pano importadas e percebi que podia desenvolver a marca Bebês Ecológicos, que nasceu em 2009, e utiliza matérias-primas brasileiras e prioriza um comércio justo”, conta Ana. As fraldas ecológicas são uma solução para bebês alérgicos, ou com assaduras, por serem feitas de tecido e não possuírem aditivos sintéticos, fragrâncias artificiais, gel e demais compostos químicos.
Morada da Floresta em números
Em oito anos de atividade, ajudou a:
- Reduzir mais de 10 mil toneladas de resíduos orgânicos;
- Evitar que 374 mil absorventes e 5 milhões de fraldas descartáveis fossem parar nos aterros
Em 2016, a Morada da Floresta foi uma das finalistas do Prêmio Empreendedor Social e, atualmente, está entre os selecionados do Magnuss, projeto criado pela Baanko para desenvolver e investir em negócios de impacto social.
Quer saber mais sobre a Morada da Floresta? Visite o site: https://moradadafloresta.eco.br/
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