Esta história aconteceu há muito tempo. E quem contou foi um velho sacerdote budista.

No antigo vilarejo de Carvásti, próximo ao sagrado rio Ganges, o rei anunciou a todos que precisava – com urgência – de um domador de elefantes.

o domador de elefantes

Sougraha, homem forte e corajoso, logo se apresentou. Ele era mestre nessa arte!

– Conheço três maneiras seguras de domesticar um elefante. A primeira delas, é com argolas de prata, disse o domador, seguro de suas habilidades.

o domador de elefantes

– Tudo bem, aceito a sua ajuda, respondeu a majestade. Venha amanhã, depois da prece. O animal mais bravo que possuo estará lhe aguardando. Se conseguir amansá-lo, terá uma grande recompensa!

Sougraha despediu-se mas, antes que chegasse à rua, um servo lhe dirigiu algumas ofensas. Nervoso, o domador feriu gravemente o rapaz e foi levado, preso, ao rei, que o perguntou:

– O que houve, corajoso jovem?

Sougraha, envergonhado, sussurrou:

– Ao sair da conferência com o senhor, fui abordado por um servo que, duvidando de minhas potencialidades, me agrediu verbalmente. Eu não suportei ouvir aquilo e o feri.

O rei, surpreso com a atitude do rapaz que lhe tinha inspirado tanta confiança, retrucou:

– Como você pretende domesticar um elefante bravo, se não é capaz de conter a fera raivosa que vive dentro de ti? Aprende, primeiro, a dominar os teus impulsos, o teu gênio, a tua cólera. Ficará preso e está dispensado do serviço.

o domador de elefantes