Uma casa nas costas, o mundo como quintal, conhecer, partilhar ideias e construir – em parceria – um novo tempo onde o respeito ao meio, à natureza, seja a premissa. O Projeto Caracol, recém-nascido em dezembro de 2015, tem em dianteira o casal Felipe Manfrini e Marina Donnini. Ele, tecnólogo da informação. Ela, bióloga e – até pouco tempo atrás – gestora de parques urbanos em São Paulo.

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Cansados da vida na cidade grande e sedentos por uma nova rota, uma alternativa que se mostrava nos inúmeros cursos de agrofloresta e permacultura, tiveram um estalo quando o amigo Cris apareceu com uma Kombi e, dentro dela, uma cama. Era isso. Comprariam um veículo daquele modelo para circular pela América do Sul visitando projetos e aplicando, o que haviam aprendido, em espaços ecológicos. Por meio de trocas, aprimorariam o que já conheciam tecendo, assim, uma rede promissora de transformação.

2015 foi um ano-chave: A estreia do Caracol teve um grande incentivo. O casal participou do programa Decora, do canal a cabo GNT, e Marcelo Rosenbaum, arquiteto, repaginou a Kombi adaptando-a a todas as necessidades de Felipe e Marina. Cozinha, sala, quarto. No teto, placas receptoras de energia solar para fazer valer um princípio básico do projeto: a sustentabilidade. “Recebemos muitas mensagens de encorajamento e carinho das pessoas que assistiram ao programa e tantas outras dizendo que se sentiram inspiradas pela nossa atitude. Ficamos muito felizes e confiantes para seguir nossa jornada.”, conta o casal – por e-mail.

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Em princípio, o objetivo era viajar pelo sul do país até chegar à Patagônia argentina. Sinal dos tempos: foram tantos os convites para conhecer projetos no Brasil, que – nesses oito meses de atividade – a Asa Branca (nome dado a Kombi) ainda não cruzou as fronteiras. O que fazem, exatamente?, pergunto. “Educação socioambiental, permacultura e bioconstrução nos locais onde passamos, tanto organizando e facilitando vivências e cursos em espaços que têm essa demanda, como trabalhando na construção e no dia a dia desses locais.”.

Até o momento, eles visitaram 22 cidades/23 projetos e vêm registrando tudo em parceria com a produtora Fábula Filmes, pois o objetivo é levar as suas experiências às pessoas, na forma de documentário, incentivando práticas que contemplem os princípios éticos da permacultura: cuidar da Terra, dos indivíduos e partilhar de forma justa (você pode saber mais sobre permacultura aqui: https://culturadapaz.com.br/permacultura-o-caminho-do-meio/).

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Em cursos e vivências experimentados até o momento, volta e meia conhecem estrangeiros e a demanda de cada um acaba sempre por apontar para algo comum: “ao conviver com pessoas de outros países, percebemos que as fronteiras são apenas imaginárias, somos todos habitantes do planeta Terra e temos os mesmos objetivos de deixá-lo saudável e feliz.”.

Os percursos para a conscientização e promoção de uma nova forma de viver, que beneficie a todos, perpassa ainda pela educação. Há quem os veja, ou o próprio projeto, com um certo distanciamento. Fugir da praticidade e da enorme oferta nas prateleiras de supermercado não é fácil. Felipe e Marina produzem parte dos produtos de higiene e limpeza que consomem, evitam industrializados e descartáveis, têm uma alimentação preferencialmente natural e sem agrotóxicos, priorizando os pequenos produtores e utilizando a economia solidária e colaborativa. Muitas pessoas têm dificuldade de entendê-los, sobretudo na amplitude de seus trabalhos e é comum ouvirem: “Parabéns, alguém tem que cuidar do planeta.”.

A consciência do quanto funcionamos em rede e a dimensão de nossas investidas contra a natureza, dando vez a um sistema que fere a Terra e os que nela vivem, se faz necessária em caráter emergencial. Pequenas mudanças, no dia a dia, já podem contribuir para uma melhora, inclusive, no ambiente doméstico. O casal do Asa Branca dá algumas dicas: “consumir produtos locais evita uma logística enorme e incentiva a economia da região. É importante conhecer os produtores que fornecem nosso alimento e considerá-los parceiros, pois do trabalho deles depende nossa sobrevivência de forma saudável. Outra dica é ‘descascar ao invés de desembalar’.  Alimentos industrializados costumam ter muitos aditivos tóxicos ao nosso corpo e ao planeta, além de produzirem muitos resíduos, enquanto alimentos frescos produzem adubo rico em nutrientes para o solo.”

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No momento, Felipe e Marina estão na Serra da Canastra, em Minas Gerais, para um curso de bambu. O próximo destino é o Maranhão, onde trabalharão sistemas sanitários em um povoado no município de Milagres. Com a bênção de Patânjali e Paramahansa Yogananda – importantes figuras da Yoga – e outros mestres, que figuram no altar da Kombi, este casal inspirador nos aponta um caminho possível e necessário para promovermos a tranformação de que tanto necessitamos para vivermos melhor, em harmonia com a Natureza.

Você tem algum projeto interessante, voltado à ecologia, à sustentabilidade, e gostaria de contratar o Projeto Caracol? Escreva para: contato@projetocaracol.com.br

Eles também estão nas redes sociais:

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– Instagram: https://www.instagram.com/projeto_caracol/

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